M versus N



O suspiro pousou suavemente entre as folhas soltas.
Procurava encontrar algo imediato e perdido entre aquelas linhas.
A retina cansada, deslizou o olhar entre elas, confusa.
Entre aqui um pouco... Desculpe-me se me fiz ausente.
Somando as letras, erguendo as frases sem perceber um sentido.

As palavras se dissolviam ante o alvo, que se mostrava longínquo, quase desaparecido.

O verbo mostrava-se pouco para decantar a alma.
A fala deixava a minha boca apenas mais seca.
As folhas multiplicavam-se em rabiscos, inundadas de ais desiguais e banais.

Sentido.
Sob os olhos atônitos, o vazio delas transmutava-se em puro desespero.
Compreendo agora! Ao pisar neste caos poético, o comando que me era tão caro, percebeu a inutilidade do raso e a dor do profundo que suga e suga...
Que não está entre... mas em paralelo.
Que não soma, mas divide.
Que não diz, mas cala.

Nem todas as respostas estão escritas ou vertem para os livros.

Moacir/Ninil-Zé

Comentários

Anônimo disse…
Gostei muito do resultado Moa. É muito bom criar com você. Ajuda a avaliar a medida do nosso egoísmo e vaidade. escrever é um ato de liberdade e ela tem que se jogar às coisas e aos outros.
Após a colisão, iremos enumerar os destroços.
Moacir Novaes disse…
eu tbm gostei zé.
precisamos colidir mais vezes.
Alexandre disse…
Junção de palavras, encontro de almas, poucos são os momentos em que temos 2 textos e uma unica alma e momento assim deve ser repetido, sempre que possivel.

Bgos(Moa n) esses momentos devem ser repetidos :P

[]'s
Sandman