Preconceito e aprendizado.

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“Só sei que nada sei”
ou “sei que tenho muito o que aprender com o outro”.

Essa máxima de Sócrates ( só sei que nada sei ) continuará sempre atual, pois a cada dia que passa, sabemos ainda menos. A velocidade que as coisas acontecem são demasiadamente rápidas para que o homem possa acompanhá-las com a mesma intensidade, já que, como seres humanos, ainda somos animais e não máquinas processadas para armazenar informações de forma rápida e em enormes quantidades. O que é muito bom, pois senão já teríamos perdido a função e a razão de viver. Sabemos que as máquinas cumprem detalhadamente todas as funções que lhes são impostas, mas elas não possuem aquele que é o valor maior de todos, que é a vida. Elas jamais saberão que existem ou que um dia existiram.
Vivemos sempre em busca de alguma coisa, algo que ative a nossa necessidade de aprender. Esses aprendizados sempre envolvem muitas coisas como :novas tecnologias, comportamentos, necessidades, livros, teorias...são buscas constantes que ás vezes mais frustram do que esclarecem. Então par quê aprender? Eu não tenho a resposta!
Geralmente as pessoas tentam buscar aquilo que lhes dê prazer, mas o que ocorre na verdade é que a maioria esmagadora sempre estará buscando aquilo que lhes dê dinheiro, principalmente o que der mais. Todos nós gostamos de dinheiro, medíocre é aquele que diz o contrário. Mas eu acho que ter o dinheiro como meta principal de uma vida é que seja algo realmente medíocre, pois ele é simplesmente o resultado de seu trabalho, você trabalha, o ganha e o gasta de acordo com as necessidades que lhe são primordiais. Mas voltando à questão do aprendizado, a sociedade nos obriga buscar qualificações para que possamos fazer parte dela, senão seremos futuros excluídos, mas esta exclusão já existe, pois pessoas de potencialidades iguais disputam vagas, onde um será escolhido e os outros...Bem, não podemos mais fugir disso, essa lei de “engolimentos” contínuos já faz parte desse mundo, onde quem vence é aquele que...vence, pois não existe regra pra isso. Como se não bastasse que o perdedor já tivesse sido excluído e como a sociedade não suporta perdedores, os coloca no rol dos sub-perdedores, até chegarem à um ponto onde não conseguem nem mesmo se identificar com “alguma coisa”. Como diz Zygmunt Bauman, essas são as vidas desperdiçadas.
O que eu quero dizer é que temos que ter consciência do quanto limitado é o ser humano no sentido de achar que seu conhecimento é superior ao do outro, pois como já aprendemos “o conhecimento é infinito, pois se renova a cada instante”. Parece que ao darmos um passo adiante ao aprender algo, o caminho do que se deve aprender se estende ainda mais. Isso deveria ser muito desanimador, mas pelo contrário, torna-se algo reconfortante, no sentido em que este novo caminho que se estende é uma prova que temos ânsia em novos aprendizados e que existe um espaço imenso dentro de nós esperando por eles. Agora se criarmos um muro com supostos tijolos de conhecimentos adquiridos e necessários à satisfação pessoal, os nossos passos rapidamente encontrariam este obstáculo e nos satisfaríamos com o pouquíssimo que sabemos. O que menos precisamos são desses muros de arrogâncias e incompetências assumidas, pois eles só servem para impedir a passagem de tudo que pretendemos aprender, que não é muito, mas já é alguma coisa. A simplicidade e a humildade são ferramentas essenciais para poder reconhecer o potencial do outro, se usados na medida certa, esses sentimentos não serão indulgentes nem conformistas. Através deles é possível reconhecer-se no outro enquanto ser humano, valorizando-o como tal e se diferenciando como indivíduo, pois a diferença é que torna cada ser único e especial. Então os preconceitos começam a ruir ...

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