Il mito di Lila.

Compreendere il Significat et vincire.

Dizem que o mundo como conhecemos é o resultado do jogo entre deuses, que avançam e retrocedem, dançando e lutando. Empurrando-se e sendo somados, atraindo-se e sendo afastados, como tudo o que é bom ou mau. Como em uma peça de teatro onde cada ator, na sua vez, soma-se ao espetáculo, com suas próprias falas, propósito e sentido.
Lila é uma palavra que tem origem no hinduísmo e designa o conceito dessa peça entre os deuses. O jogo, o ato de estar nele. Brincar.

Após determinado ponto, os brilhantes pulsos de luzes e as ondas de sons flutuando ao redor do corpo dela somavam-se. Tornando-se um fio único, que fluía imediatamente indo de todo o lugar para dentro de parte nenhuma. Sendo mais exato essa energia migrava do ar para os fragmentos de universo que existiam e mantinham-se espalhados na alma dela.
Tomando assim, a forma de um rio caudaloso, com massa e intensidade providencial, algo que ela era capaz de sentir percorrendo as veias fervendo, reverberando no corpo sob a beleza da pele.
Aquilo tornava-a real, fazia emergir do torpor em que sua espécie mantinha-se mergulhada.
Fazia-a sentir-se e ser viva como apenas mitos podem ser.
As batidas do coração misturavam-se a música, vodka, e a todos os demais destilados enquanto ela lembrava de uma prece e repetia-a em seu inconsciente.
Senhor tem cumplicidade de nós e dessas nossas noites. Porque nós não teremos.
Por querermos ainda mais. Sempre mais.
Nessa fome eterna que nos devora a cada dia, e contra a qual lutamos, sendo sempre maiores do que a própria vida.
Ainda acreditamos que você usou vinho porque não conhecia as propriedades sanctificadas da tequila. Perdoou os pecados porque não conhecia detalhadamente os meus.
Manteve-se sozinho porque ainda não a viu se movendo na pista. Não sentiu ainda o aroma saboroso que o ar adquire em contato com a pele dela.
Tem piedade deles. Apenas deles.
Liberta essa multidão de fracos e oprimidos, transforma esses seus cordeirinhos em lobos, em ovelhas negras. Dê densidade, propriedade, virtude e intensidade a todos esses seres superficialmente desinteressantes.
Molde esses punhados de terra, pensamentos e esperanças à nossa imagem e semelhança.
Eles também merecem mais.
Mais.
Muito mais do que tem....mais do que se permitem ter. Mais...

“Lila... Lila...você está bem?” Diz alguém tocando de leve seu ombro. A voz parece distante no começo, mas após alguns segundos encontra seu destino.
Enquanto volta para o mundo irreal, imediatamente após deixar seus iluminados devaneios.
Minha amiga responde prontamente, com um sorriso no canto dos lábios que me faz lembrar que anjos podem andar entre nós.
“Estou ótema!”

Comentários

Filipe Ribeiro disse…
Já conhecia essa, bem bonita achei na época... Fala aí, isso aqui é tipo um buraco virtual pra gente desovar as coisas findas (e despercebidas)...
Anônimo disse…
tbm vale. as novas são grandes demais para o espaço do blog... tenho quebrado a cabeça com isso. em como fugir dessa metrica.

já teve vontade de nunca mais escrever meu caro?

ass. Moacir.
Filipe Ribeiro disse…
Pelo menos uma vez por mês... ;) Imagino que as coisas adquiririam uma tonalidade mais real, não essa de romance de segunda que a gente submete cada experiência vivida...