
Ontem, fui ao teatro da FAAP assistir “Hamlet”, com Wagner Moura e outros atores globais.
A atuação performática desviou um pouco a atenção do texto, mas fiquei emocionada especialmente nesta cena:
A atuação performática desviou um pouco a atenção do texto, mas fiquei emocionada especialmente nesta cena:
HAMLET: Não atino bem com o sentido. Mas, não quereis tocar nesta flauta?
GUILDENSTERN: Não posso, príncipe.
HAMLET: Por obséquio.
GIJILDENSTERN: Acreditai-me, príncipe, não posso.
HAMLET: Fazei-me esse favor.
GUILDENSTERN. Não conheço uma só posição, príncipe.
HAMLET: É tão fácil quanto mentir. Com os quatro dedos e o polegar regulais estes orifícios; depois, bastará soprar, para que saia música muito agradável. Vede: aqui estão as chaves.
GUILDENSTERN: Mas não está em mim tirar a menor harmonia, príncipe; não possuo essa habilidade.
HAMLET: Ora vede que coisa desprezível fazeis de mim. Pretendíeis que eu fosse um instrumento em que poderíeis tocar à vontade, por presumirdes que conhecíeis minhas chaves. Tínheis a intenção de penetrar no coração do meu segredo, para experimentar toda a escala dos meus sentimentos, da nota mais grave à mais aguda. No entanto, apesar de conter este instrumento bastante música e de ser dotado de excelente voz, não conseguis fazê-lo falar. Com a breca! Imaginais, então, que eu sou mais fácil de tocar do que esta flauta? Dai-me o nome do instrumento que quiserdes; conquanto voz seja fácil escalavrar-me, jamais me fareis produzir som.
Perfeito.
Há quem ache que o ser humano é mais fácil de “tocar” que uma flauta.
Ninguém sabe os motivos, as razões, os sentimentos, as experiências mais profundas que cada um possui. E mesmo assim, ousam julgar.
Não sou mais fácil de tocar que uma flauta.
GUILDENSTERN: Não posso, príncipe.
HAMLET: Por obséquio.
GIJILDENSTERN: Acreditai-me, príncipe, não posso.
HAMLET: Fazei-me esse favor.
GUILDENSTERN. Não conheço uma só posição, príncipe.
HAMLET: É tão fácil quanto mentir. Com os quatro dedos e o polegar regulais estes orifícios; depois, bastará soprar, para que saia música muito agradável. Vede: aqui estão as chaves.
GUILDENSTERN: Mas não está em mim tirar a menor harmonia, príncipe; não possuo essa habilidade.
HAMLET: Ora vede que coisa desprezível fazeis de mim. Pretendíeis que eu fosse um instrumento em que poderíeis tocar à vontade, por presumirdes que conhecíeis minhas chaves. Tínheis a intenção de penetrar no coração do meu segredo, para experimentar toda a escala dos meus sentimentos, da nota mais grave à mais aguda. No entanto, apesar de conter este instrumento bastante música e de ser dotado de excelente voz, não conseguis fazê-lo falar. Com a breca! Imaginais, então, que eu sou mais fácil de tocar do que esta flauta? Dai-me o nome do instrumento que quiserdes; conquanto voz seja fácil escalavrar-me, jamais me fareis produzir som.
Perfeito.
Há quem ache que o ser humano é mais fácil de “tocar” que uma flauta.
Ninguém sabe os motivos, as razões, os sentimentos, as experiências mais profundas que cada um possui. E mesmo assim, ousam julgar.
Não sou mais fácil de tocar que uma flauta.
Comentários
Quem dera achar a partitura da canção da vida de cada um, decora-la e toca-la...simples assim!
Mas n temos pentagrama algum... notas talvez, fermatas, pianissimos... mas n se sabe, onde, quando, pq... simplesmente é...
E entender seria enlouquecer e descobrir a verdade das verdades, acredito q isso fora vetado aos humanos, como o fogo...
Mas a egolatria humana por vezes se superestima e decide querer olhar através destes pequenos caóticos universos que cada um é sem a menor delicadeza, desafinando a melodia perfeita.
Parabéns gatcheenhaaaa...
vc tah escrevendo mtooooo....
sua.dades!
bjus
nannda
"Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia"
:P
Ainda tá morno ;)